08 julho 2005

compassos

vou encostar a cabeça à parede e sentir as vibrações do mar. há palavras repetidas no rumor das águas, predadores escondidos à espreita. e depois mais nada.

um gato deitado espera no topo das escadas o abrir de uma porta. tem os olhos fechados e ressona. os sonhos dos gatos são inquietos, vivos de cor.

a troco de moedas miúdas, invento histórias que conto a quem passa. da verdade das palavras vendidas a preço de saldo ninguém aufere.

afasto a cabeça da parede. a vida varre-se em compassos.